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Questões do ENEM sobre Sócrates

Há um tempo, belas e boas são todas as ações justas e virtuosas. Os que as conhecem nada podem preferir-lhes. Os que não as conhecem, não somente não podem praticá-las como, se o tentam, só cometem erros. Assim praticam os sábios atos belos e bons, enquanto os que não o são só podem descambar em faltas. E se nada se faz justo, belo e bom que não pela virtude, claro é que na sabedoria se resumem a justiça e todas as mais virtudes. XENOFONTE. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates. Apud CHALITA, G. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ática, 2005.

Ao fazer referência ao conteúdo moral da filosofia socrática narrada por Xenofonte, o texto indica que a vida virtuosa está associada à
satisfação dos desejos com o objetivo de evitar a melancolia.
contemplação da physis como fonte de conhecimento.
aceitação do sofrimento como gênese da felicidade suprema.
persecução da verdade como forma de agir corretamente.
moderação dos prazeres com vistas à serenidade da alma.

Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como Alcibíades sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem. Sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta imprimir sua orientação. BREHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na
Contemplação da tradição mítica.
Relativização do saber verdadeiro.
Investigação dos fundamentos da natureza.
Sustentação do método dialético.
Valorização da argumentação retórica

Tomemos o exemplo de Sócrates: é precisamente ele quem interpela as pessoas na rua, os jovens no ginásio, perguntando: “Tu te ocupas de ti?” O deus o encarregou disso, é sua missão, e ele não a abandonará, mesmo no momento em que for ameaçado de morte. Ele é certamente o homem que cuida do cuidado dos outros: esta é a posição particular do filósofo. FOUCAULT, M. Ditos e escritos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

O fragmento evoca o seguinte princípio moral da filosofia socrática, presente em sua ação dialógica:
Sofismar com a verdade.
Examinar a própria vida.
Debater visando a aporia.
Ironizar o seu oponente.
Desprezar a virtude alheia.

Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. RACHELS, J. Problemas da Filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de
determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.
verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.